Minhas considerações sobre o fim da faculdade
É, eu formei.
E pra falar bem a verdade, a sensação não é exatamente a que eu esperava quando comecei a faculdade.
Quando eu entrei lá, entrei uma menina (17 anos). Era quase um pivetinho (e isso, os próprios meninos da sala me falam). Eu andava de calças largas e tênis de skatista.
Esse comportamento era o mesmo que eu tive a adolescência inteira. Eu sempre freqüentei shows de rock, era uma faz-tudo na banda do meu primo (desde fotógrafa a web designer até carregadora de caixas de som - mas não me importava, já que eu tinha uma camisa com meu nome, aparecia em todos os agradecimentos que eles faziam e andava de Kombi pra cima e pra baixo com eles), depois da aula ficava até duas horas da tarde sentada numa lanchonete que tinha perto da minha escola tomando guaraná Del Rey e comendo chips amarelo que mais parecem isopor com a "minha turma" e sempre me apaixonei pelos skatistas mal encarados do meu bairro (sujeitos os quais, minha mãe sempre proibiu de me tornar amiga, o que fazia com que toda amizade que eu fazia com eles se tornasse clandestina).
Foi nesse pique que eu entrei na faculdade. Sem nenhuma idéia do que seria Análise de Sistemas. Eu entrei por que, devido à minha função de webdesigner na banda do meu primo, eu pensei que este era o curso certo pra quem tinha como passatempo preferido construir sites em HTML puro, utilizando o conceito mais inovador do mundo: as tabelas!
Com o passar do tempo, a gente vê que não é bem assim.
Eu descobri que realmente caí de pára-quedas e que o curso não tinha absolutamente nada a ver com o que eu fazia todas as tardes até então. Descobri que eu não veria HTML tão cedo e que as coisas são bem mais complexas do que o problema que fez com que meus "marquees" não estão mais exibindo o gif super legal que eu criei pra banda.
O problema de tudo foi que eu gostei do curso.
E comecei a me empolgar, já que TODO mundo que descobria o curso que eu estava fazendo me elogiava horrores dizendo que esta era a profissão do futuro!
Durante o curso inteiro, eu só conseguia me lembrar das outras opções que eu tinha colocado no pro-uni: Letras (com ênfase em português), Comunicação Social e Arquitetura. E ficava pensando se eu tava realmente no lugar certo. Comunicação social eu tirei da minha lista logo de cara, já que eu não me comunico muito bem. Às vezes, prefiro um monitor e um teclado na minha frente do que uma pessoa de verdade (an, sim, eu sou um bicho do mato). Letras eu tirei pelo mesmo motivo, já que quem faz Letras não tem muitas opções a não ser se tornar professor (se eu sou péssima para apresentar trabalhos, imagina dando aula). E tinham outros cursos também, mas eram muitos... :P
Mas eu continuei. Muitas das vezes me sentindo literalmente uma estranha no ninho por não entender piadas ou conversas dos meninos da minha sala ou quando tentava conversar com meus antigos amigos sobre coisas que só eu entendia (mesmo que pela metade). Mas continuei por que as coisas realmente me impressionavam. E me deixavam curiosas para saber como funcionavam!
E batalhei, suei, custei a arrumar estágio, arrumei (um não totalmente técnico, onde eu não coloco a mão no código, apesar de querer muito aprender a programar), passei pra noite, e um dia eu descobri que tinha “crescido”.
Percebi que não usava mais calças largas, que não me importava mais com bandas como antes, que não falava mais com os skatistas mal encarados (e nem me apaixonava mais por eles) e minhas leituras não eram mais quadrinhos engraçados, mas sim feeds técnicos. Tá. Os tênis ficaram (mas são all stars e não skatistas), mas foi uma mudança e tanto!
E junto com essa mudança pessoal, veio um monte de conhecimento técnico que eu não sabia (e às vezes ainda não sei) onde colocar. Um bando de coisa nova que me deu uma base e um amadurecimento enorme para entender coisas novas, mas que realmente não me ensinou uma profissão. Pelo menos não no sentido literal da palavra profissão. E isso me frustrou.
Conversei recentemente com um professor sobre isso e ele me disse que isso está certo. Que a faculdade não ensina nada pra ninguém e que quem aprende a profissão somos nós. E ele falou também que profissões não têm manuais do tipo: “Como ser um Analista de Sucesso em 10 lições!”
Whatever.
O objetivo de todo esse texto foi pra falar que acabou. Não tem mais faculdade e eu não sei o que pode ser daqui pra frente. Pela primeira vez na vida eu vou sair do serviço e ir pra casa. Vai ser tipo quando eu só estudava. E ficava até duas horas da tarde na lanchonete tomando guaraná. Mas agora isso pode ser chamado de Happy Hour e a lanchonete será substituída por bar e o guaraná por cerveja. hahahaha
Vai sonhando, heim? Acho que acabou porcaria nenhuma. Acho que agora é que realmente começa.
Future, here we go! :)
P.S.: Eu infelizmente não terei happy hours todos os dias. Pretendo estudar e aprimorar o meu lado programadora à noite, já que não faço isso sempre no serviço.
E pra falar bem a verdade, a sensação não é exatamente a que eu esperava quando comecei a faculdade.
Quando eu entrei lá, entrei uma menina (17 anos). Era quase um pivetinho (e isso, os próprios meninos da sala me falam). Eu andava de calças largas e tênis de skatista.
Esse comportamento era o mesmo que eu tive a adolescência inteira. Eu sempre freqüentei shows de rock, era uma faz-tudo na banda do meu primo (desde fotógrafa a web designer até carregadora de caixas de som - mas não me importava, já que eu tinha uma camisa com meu nome, aparecia em todos os agradecimentos que eles faziam e andava de Kombi pra cima e pra baixo com eles), depois da aula ficava até duas horas da tarde sentada numa lanchonete que tinha perto da minha escola tomando guaraná Del Rey e comendo chips amarelo que mais parecem isopor com a "minha turma" e sempre me apaixonei pelos skatistas mal encarados do meu bairro (sujeitos os quais, minha mãe sempre proibiu de me tornar amiga, o que fazia com que toda amizade que eu fazia com eles se tornasse clandestina).
Foi nesse pique que eu entrei na faculdade. Sem nenhuma idéia do que seria Análise de Sistemas. Eu entrei por que, devido à minha função de webdesigner na banda do meu primo, eu pensei que este era o curso certo pra quem tinha como passatempo preferido construir sites em HTML puro, utilizando o conceito mais inovador do mundo: as tabelas!
Com o passar do tempo, a gente vê que não é bem assim.
Eu descobri que realmente caí de pára-quedas e que o curso não tinha absolutamente nada a ver com o que eu fazia todas as tardes até então. Descobri que eu não veria HTML tão cedo e que as coisas são bem mais complexas do que o problema que fez com que meus "marquees" não estão mais exibindo o gif super legal que eu criei pra banda.
O problema de tudo foi que eu gostei do curso.
E comecei a me empolgar, já que TODO mundo que descobria o curso que eu estava fazendo me elogiava horrores dizendo que esta era a profissão do futuro!
Durante o curso inteiro, eu só conseguia me lembrar das outras opções que eu tinha colocado no pro-uni: Letras (com ênfase em português), Comunicação Social e Arquitetura. E ficava pensando se eu tava realmente no lugar certo. Comunicação social eu tirei da minha lista logo de cara, já que eu não me comunico muito bem. Às vezes, prefiro um monitor e um teclado na minha frente do que uma pessoa de verdade (an, sim, eu sou um bicho do mato). Letras eu tirei pelo mesmo motivo, já que quem faz Letras não tem muitas opções a não ser se tornar professor (se eu sou péssima para apresentar trabalhos, imagina dando aula). E tinham outros cursos também, mas eram muitos... :P
Mas eu continuei. Muitas das vezes me sentindo literalmente uma estranha no ninho por não entender piadas ou conversas dos meninos da minha sala ou quando tentava conversar com meus antigos amigos sobre coisas que só eu entendia (mesmo que pela metade). Mas continuei por que as coisas realmente me impressionavam. E me deixavam curiosas para saber como funcionavam!
E batalhei, suei, custei a arrumar estágio, arrumei (um não totalmente técnico, onde eu não coloco a mão no código, apesar de querer muito aprender a programar), passei pra noite, e um dia eu descobri que tinha “crescido”.
Percebi que não usava mais calças largas, que não me importava mais com bandas como antes, que não falava mais com os skatistas mal encarados (e nem me apaixonava mais por eles) e minhas leituras não eram mais quadrinhos engraçados, mas sim feeds técnicos. Tá. Os tênis ficaram (mas são all stars e não skatistas), mas foi uma mudança e tanto!
E junto com essa mudança pessoal, veio um monte de conhecimento técnico que eu não sabia (e às vezes ainda não sei) onde colocar. Um bando de coisa nova que me deu uma base e um amadurecimento enorme para entender coisas novas, mas que realmente não me ensinou uma profissão. Pelo menos não no sentido literal da palavra profissão. E isso me frustrou.
Conversei recentemente com um professor sobre isso e ele me disse que isso está certo. Que a faculdade não ensina nada pra ninguém e que quem aprende a profissão somos nós. E ele falou também que profissões não têm manuais do tipo: “Como ser um Analista de Sucesso em 10 lições!”
Whatever.
O objetivo de todo esse texto foi pra falar que acabou. Não tem mais faculdade e eu não sei o que pode ser daqui pra frente. Pela primeira vez na vida eu vou sair do serviço e ir pra casa. Vai ser tipo quando eu só estudava. E ficava até duas horas da tarde na lanchonete tomando guaraná. Mas agora isso pode ser chamado de Happy Hour e a lanchonete será substituída por bar e o guaraná por cerveja. hahahaha
Vai sonhando, heim? Acho que acabou porcaria nenhuma. Acho que agora é que realmente começa.
Future, here we go! :)
P.S.: Eu infelizmente não terei happy hours todos os dias. Pretendo estudar e aprimorar o meu lado programadora à noite, já que não faço isso sempre no serviço.
Não tinha dúvidas sobre qual faculdade faria... fiz, gostei muito. A vida está me levando para outros caminhos (termino Direito em 2009) mas sempre estarei com vários dedos na informática.
Desejo toda sorte do mundo. É uma profissão interessante.